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A Máquina dançante

By VoxPop - outubro 09, 2024

 


Como era de esperar, o concerto da Máquina transformou o Musicbox num templo vibrante e totalmente cheio. Rótulos musicais são meras sombras; eles autodenominam-se uma "máquina dançante", e essa essência revela-se sobretudo nos seus concertos. Para nós a sua sonoridade é um caleidoscópio sonoro, flutuando entre o krautrock e o industrial eletrónico, entre o punk e a psicadelica, sempre a revelar a magia de uma formação simples de bateria, baixo e guitarra, que na realidade parece, soar a muito mais do que só estes três instrumentos. 

Os ritmos da bateria soam como engrenagens de um relógio cósmico, meticulosamente sincronizados, mas pulsantes e mecânicos ao mesmo tempo, fazendo nossos corpos vibrar ao seu ritmo. 

O baixo, profundo e ressonante, traça uma linha que sustenta todo este o universo musical, enquanto a guitarra aventura-se em texturas experimentais.  Juntos, esses elementos tecem um manto hipnótico, que faz com que cada concerto pareça uma viagem em alta velocidade na Intimidator 305, mas com mais loops. 

O foco na instrumentação real cria uma conexão autêntica com o público, permitindo uma experiência ao vivo verdadeiramente envolvente. 

 Halison, mesmo localizado mais atrás no palco, ergue-se como um farol, iluminando a conexão entre a banda e o publico. Tomas, mergulhado no seu universo sonoro, faz do baixo um coração pulsante que ressoa com a energia da sala. João, ora perdido em devaneios sonoros, ora em contato visual com os olhos que o contemplam. 

O nome é um eco perfeito da sua identidade: uma força que avança com fervor e loucura.

O concerto transcende um mero concerto, é uma experiência visceral, onde o som, a luz e a energia se fundem em algo mais do que um simples concerto, é uma verdadeira imersão sensorial. Não têm medo de explorar territórios sonoros inexplorados, quebram barreiras e trazem a tona música que é ao mesmo tempo desafiadora e fascinante, intensa e inquietante e faz questionar convenções.

O concerto termina com Halison, num gesto de entrega absoluta a subir à bateria, enquanto João a segurar a guitarra pelas cordas, cria uma imagem que captura a essência da devoção e entrega a música e ao concerto em si. Um concerto que trouxe a música de forma bruta, pura, intensa e resplandecente. 

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