Super Bock Super Rock - 3º Dia

By VoxPop - julho 15, 2023



 Para nós o último dia de festival começou com os Islandeses Kaleo. Não sendo uma banda que possamos dizer que estávamos ansiosos por ver, estávamos com alguma curiosidade. 

Pois uma banda da Islândia que visualmente e sonoramente parece americana, devido ao seu estilo meio country, folk misturado new blues. Não tendo sido um concerto maravilhoso, também não dececionou. Quando a nós a melhor parte do concerto foi mesmo quando fizeram um solo apenas de instrumentos, como se houvesse entre eles um dialogo, com harmónica e tudo, foi muito bom.



Cantaram um musica na sua língua materna, tendo todas as outras sido em inglês, porém nem assim conseguiram agarrar o público. Talvez um palco menor tivesse funcionado melhor, talvez tivesse sido mais fácil acontecer um concerto mais quente para o publico. Por aqui somos muito fãs de blues e talvez por isso tenhamos achado o concerto um pouco sem sal, ainda assim não lhes tiramos o mérito que têm, pois de todos os singles que têm, não tendo um que se destaque mais dos outros, todos eles têm mais ou menos o mesmo número de audições, o que é bastante bom.


    Seguiu-se Biig Piig no palco Pull&Bear, Jessica Smyth trouxe-nos uma boa dose de liberdade e alegria, sobretudo pela energia que tem em palco, ela dançava, corria, de uma forma tão natural, que dava gosto só ver, ouvir é querer dançar. Gostávamos de salientar que estava acompanhada da sua banda, da qual faz parte a portuguesa Raquel Martins na guitarra (é sempre um orgulho ter alguém português numa boa banda.

Apesar de estarmos a adorar este concerto não o vimos/ouvimos todos, porque quisemos também ver parte do concerto de KAYTRANADA, que atuou no palco principal. A plateia estava muito bem composto e totalmente rendido ao musico/produtor Canadiano. Apesar de ainda ser de dia, tinha um videowall e sistema de luzes que davam vida ao concerto (gostamos sempre de ver um palco bem composto).


Um dos momentos mais altos do set, foi ouvir a voz de Gal Costa no meio de uma musica. Passando pelo seu álbum "Bubba" de 2019 até ao seu mais recente "Kaytraminé" deste mesmo ano, feito em parceria com o rapper Aminé, Kaytranada meteu toda a gente a dançar e era o que se queria.

Steve Lacy foi o seguinte concerto a vermos, com uma plateia desejosa de o ver, sobretudo as raparigas, houve momentos que pensei que iria ficar surda, dos gritos e das coisas absurdas que lhe gritavam. Com dois ecrãs no meio do palco, onde eram projetadas imagens, mas que escondiam quase na totalidade a banda, e com Steve posicionado na frente, foi assim todo o concerto.


Começando com "Helmet" e com a sua guitarra, passou por "Buttons", "N Side", "Mercury" e "Lay Me Down", foi como o inicio do concerto quando entrou em palco, a gritaria total. A voz de Steve esteve longe de estar perfeita, com a sensação que se cantar baixinho desafina menos.

Com uma postura muito vaidosa, que ao mesmo tempo parecia cansado demais para se mexer ou falar, aquele cansaço típico daquela geração, que no fundo não é cansaço, é só ser assim.

Creio que houve alguns problemas com o roadie da guitarra, o que levou a alguns momentos de conversa entre eles. Por vezes a tocar guitarra, outras vezes sem guitarra, pareceu-nos que com guitarra fica menos perdido no palco.

Nos vários écrans passava a boca, olhos, ele, vários Steve num só palco e uma banda escondida. Gostamos de ver a banda, como tocam, que instrumentos estão a tocar, mas ali, como se houvesse algum risco de alguém perder tempo com isso, em vez de prestar atenção a Steve, estavam tapados.

Creio que foi o primeiro concerto da minha vida que vi assim. Já vi bandas atrás de telas, mas assim não, ainda que o concerto seja em nome próprio e não uma banda em especifico. Pareceu um pouco de narcisismo a mais. Continuando com a setlist, seguiu-se "Ryd","Cocky Girl", "Give You the World", "Playground", "Hate CD" e um solo que adoramos e que mostra o quanto Steve é bom musico. Segui-se "Some", "Amber", "C U Girl", "Sunshine", "Static" e por fim as tão esperadas "Bad Habit" e "Dark Red".

Pelo meio houve ainda tempo para falar da sua banda The Internet e dizer que não acabaram, estão até a preparar novo material. Também relembrou que o lançamento de "Gemini Rights" fez um ano e pelo meio disso quando o publico cantou os parabéns, Steve às voltas no palco, comentou que não sabia o que estavam a dizer, mas que devia ser alguma "cena" portuguesa e que agradecia na mesma. 

Num balanço do concerto, foi estranho, mas não foi péssimo, ele tem de facto uma postura star, houve falhas na voz e som, mas não o suficiente para dizer que não prestou. Talvez tivéssemos gostado mais se víssemos a banda, se ele tivesse mais energia e se a voz tivesse um pouco melhor. Mas foi um bom momento e as raparigas que entrevistamos adoraram e estão ansiosas por voltar a ver outro concerto dele. Quanto a nós, não foi tão bom como o concerto que vimos a seguir, L'Imperatrice.


    Aconteceu no palco Pull&Bear, não foi a primeira vez que vimos, mas adoramos. A qualidade do som estava incrível, e visualmente estavam perfeitos. Todos tinham as partes de baixo da roupa verde e todos tinham um coração luminoso ao peito, que por vezes com o sistema de luzes, via-se apenas o coração. Heartquake não podia estar melhor representado, apesar de haver muita gente que não os conhecia, todos se renderam à musica e a um pezinho de dança. Com um disco, grooving, com cheirinho e electro clash, riffs de guitarra, a voz perfeita de Flore Benguigui e a toda a energia da banda sobretudo dela, que nos é passada, é impossível não mergulhar naquela  "Agitation Tropicale" e dançar, dançar. Flore pediu para fazermos dali a pista de dança mais weird do mundo e dito com o accent dela, fica ainda mais perfeito. Assim foi combinado um movimento de mãos que todos fariam no refrão e assim foi, todos weird e com gosto. A setlist assou por "Off to the side", "la lune", "Peur des filles", "vanille fraise", não poderia deixar de ser por "Agitations Tropicales" e "Matahari".

 Foi uma excelente forma de viver o último dia de festival e depois de uma hora a dançar, estavão todos preparados para Parov Stelar, que fechou o último concerto no palco Super Bock Super Rock e meteu todos a dançar, portanto foi trocar de palco e continuar a dançar.


    Parov ao contrário do artista anterior não quis ser o centro das atenções, esse espaço ficou para os músicos de sopros e para os vocalistas, ele ficou na sua mesa de som, como que um maestro a fumar e a mostrar orgulho dos seus músicos.

Uma excelente maneira de terminar o festival, sempre em pé de dança e até para o ano Super Bock Super Rock.

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