Num dia claramente mais dedicado ao Hip-Hop e Pop do que Rock, segundo a organização, chegou aos 20 mil festivaleiros e podíamos ver desde a chegada de carro até ao recinto, que a maioria veio por Wu-Tang Clan, pois as camisolas, t-shirts e bonés não enganavam. Pela primeira vez em Portugal estes clássicos do Hip-hop têm uma vasta legião de fãs de todas as idades. Alguns deles durante o nosso vox pop, disseram-nos que vinham do Algarve e até Guarda, não foi brincadeira, fazer mais de 300km para vir ver uma das suas bandas preferidas. Diziam-nos eles "e amanhã às 10h tenho que ir trabalhar" mas não sabia se iria ter outra oportunidade de os ver, tive que vir".
Numa noite onde em que tocou Sam The Kid e Orelha Negra, Holly Hood, Sampa the Great, Nile Rodgers & Chic, Wu-Tang Clan e ainda Dj Premier, algumas das bandas como Benny Sings ou The 1975 pareciam estar ali perdidos, mas acabou por funcionar, sobretudo para The 1975.
Queríamos ter visto Sam The kid, mas devido á hora do concerto (17:30) não nos foi possível, assim o primeiro concerto do dia foi Glockenwise, uma banda que já conhecemos desde o inicio e por quem temos um carinho especial, ver o quanto cresceram é sempre maravilhoso. Infelizmente não vimos o concerto até ao fim, porque Nile Rodgers & Chic começou o concerto às 19h, pouco mais de meia hora depois de Glockenwise terem começado.
Rodgers, sendo o momento mais emocionante deste concerto quando GZA apareceu no palco, como convidado surpresa, cantando "Rapper´s Delight" um grande clássico dos The Sugarhill Gang, levando o público ao rubro.
Seguiram-se os tão esperados WU-Tang Clan, que em 30 anos de carreira nunca tinham tocado em Portugal. Num inicio de noite carregada de nuvens escuros a darem lugar a uma chuva fraca, mas que embora molhasse a bom ver o publico, ninguém lhe deu relevância, centenas de braços no ar e polegares unidos a formar um W, estavam ali para ficar nem que chovesse pedra. A darem inicio ao concerto com Bang Bang (My Baby Shot Me Down) de Nancy Sinatra, seguindo-se "Bring da Ruckus" e foi ver a malta vibrar de felicidade.
Depois de "Clan in da Front", vem a tão esperada "C.R.E.A.M." com RZA a dizer "Quem fuma erva faça barulho". Por esta altura a chuva já tinha definitivamente molhado a malta, mas nem assim as coisas arrefeceram. Segue-se "Method Man" e "Tearz". "Shimmy Shimmy Ya" é para relembrar Ol'Dirty Bastard, e em "Got Your Money", um soldado e notas de dólar e as siglas ODB surgem com GOD. Por fim "Ice Cream" uma musica de Raekown. E o grito final "Wu-Tang is Forever" não poderia ter sido mais perfeito e adequado.
Fomos ver Sampa The Great, teve a especial tarefa de receber quem estava a ver Wu-Tang. Acompanhada da banda, tocou musicas de "As Above, So Bellow", lançado em 2022, como "Never Forget", "Tilibobo" e "Let Me Be Great", numa abordagem com nitida influencia das suas origens Zambianas, mas muito mais perto do mainstream, do que gostaríamos. Terminou o concerto com "Final Form" do álbum de 2019 "The Return". Ficamos com a sensação que não era uma artista conhecida da maioria que a estava a ver, mas era o que havia para ver, por isso ali estavam.
Ao terminar foi ver grupos e grupos na maioria de raparigas, adolescentes e na casa dos vinte pouco, portanto a nova geração de adolescentes a correr em magotes para o palco principal, a fazer lembrar o filme do Rei Leão, a levantar tanto pó que ao olharmos na direção em que iam, quase as deixávamos de ver. Por momentos ficamos assustados a pensar que tinha acontecido algo grave, segundos depois percebemos que iam a correr para ficar à frente no concerto de The 1975.
Estes ao entrarem em palco ouviram os gritos das fans no meio do recinto, já vimos esta banda cá em Portugal e fora, ao fazer comparações, parece-nos que este foi o concerto mais "Meh" que deram, ainda que os fans presentes tenha adorado, suado, chorado e pasmado.
Matty Healy com o seu polémico lado e o pop romântico característico, com letras que parecem tão pessoais que fazem com que quem gosta as sinta deles. Abriram com "Lookink for Somebody (To Love)", do sue último álbum "Being Funny In a Foreign Language", lançado no ano passado. Segue-se "Happiness" e "Oh Caroline" e "I'm In Love With You" do mesmo álbum. Saíram no ultimo album com "Me & You Together Song" e "If You're Too Shy (Let Me Know)" do album "Notes on a Conditional Form", que embora tenha sido lançado durante a pandemia, remete à vontade de dançar. Depois de "Robbers" do álbum de 2013 "The 1975", vem "Give Yourself a Try", "It's Not Living (If It's Not With You) do álbum "A Brief Inquiry Into Online Relationships".
Passaram ainda pelo álbum de 2016 "I Like It When You Sleep, for You Are So Beautiful yet So Unaware of It" com "Somebody Else", "Uhg". Voltando ao álbum "A Brief Inquiry Into Online Relationships" com " I Always Wanna Die (Sometimes)" e "Love It If We Made It", acabando com "Sex" do seu primeiro álbum. Matty vestido de bata branca, a beber da sua garrafa de metal e constantemente a fumar, qual Dr. de emoções das fãs.
Segue-se Caroline Polachek, num palco montado por quase uma hora, entrou em palco com "Welcome to My Island", segue-se "Pretty In Possible" e "Bunny Is A Rider",ainda deste álbum cantou também "Sunset". Passou para "I Believe", "Fly To You" e "Blood and Butter" e "Billions". Lá chegou a musica mais conhecia dela, claro está devido ao Tik Tok "So Hot You're Hurting My Feelings" e acabou o concerto com "Door".
Ainda houve lugar para Dj Premier, quem não tinha que ir embora e veio para ver Hip-Hop, queria ver e ele deu-lhes o que queriam, muito Hip-Hop.
Tendo a noite acabado com Charlotte De Witte, digna do fecho da segunda noite, afinal de contas foi sexta-feira e a malta que não estava de carro e não trabalhava hoje podia e queria ficar mais tempo.
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