Phantom Vision: O RCA Club iluminado pela sombra intensa de “Where the Hell is Heaven?”
Dia 27 de setembro, Lisboa foi palco de um encontro onde a escuridão se fez luz, e os Phantom Vision incendiaram o RCA Club com uma energia magnética e cheia de mistério. No coração da Festa Gothline Tribe, a banda lisboeta desvendou “Where the Hell is Heaven?”, o seu mais recente álbum, numa celebração que abraçou o espírito gótico com paixão e intensidade.
O RCA Club transformou-se num santuário de
sombras elegantes, onde o dark wave dos Phantom Vision envolveu o público numa
atmosfera quase hipnótica, feita de sintetizadores profundos e melodias
carregadas de emoção. A noite foi um ritual de reencontro, onde cada acorde
trouxe a força de uma história viva, tecido por uma legião de fãs que vibra e
respira cada verso.
Formados em Lisboa no ano 2000, os Phantom
Vision são uma banda, mas também são uma espécie de entidade que transcende
géneros e gerações. Durante mais de duas décadas, o grupo tem construído uma
identidade única no synth/goth rock e post-punk nacional, misturando a
melancolia urbana com uma eletricidade contagiante. Liderados pelo carismático
Pedro Morcego, os Phantom Vision souberam conquistar o seu lugar de destaque
com discos que são verdadeiros manuais de uma subcultura que não para de
crescer.
Este sétimo álbum, “Where the Hell is
Heaven?”, lançado em setembro de 2024, é um marco que reflete a maturidade
sonora e artística da banda. Uma obra que não se limita a contar histórias, mas
convida a mergulhar num universo onde luz e sombra coexistem num diálogo
fascinante.
O brilho desta obra ganhou contornos globais
com a colaboração do lendário Till Lindemann (que atuará em Lisboa em novembro)
dos Rammstein, na faixa “Allein bin ich in guter Gesellschaft”, um encontro que
reforça a força e a relevância internacional do projeto liderado por Pedro
Morcego, projetando os Phantom Vision para além das fronteiras nacionais.
No palco, a banda deslizou entre clássicos
que definem a sua identidade e os temas frescos como “Global Warning”,
“Graveyard Serenade” e “One Long Day”, cada um carregado de uma melancolia
poderosa que arrepia e conquista. A sonoridade profunda e texturada envolveu a
audiência numa experiência sensorial completa.
A presença de Veronique DiVine trouxe um
toque sublime e hipnótico ao espetáculo. Bailarina, performer e artista visual,
Veronique traduziu em dança a atmosfera gótica dos Phantom Vision, pintando o
ar com sombras e luzes através de movimentos fluidos e carregados de emoção. A
sua performance cenográfica elevou a experiência para além do som, tornando a
noite num verdadeiro encontro multidimensional entre música, corpo e alma.
Queremos deixar um agradecimento especial a
Pedro Morcego, vocalista e alma dos Phantom Vision, pela oportunidade de fazer possível
que o nosso fotógrafo estivesse presente para capturar a essência deste momento
singular. Foi uma honra poder registar a magia que a banda e a sua equipa
criaram, eternizando a energia vibrante desta noite inesquecível.
Esta noite no RCA Club foi uma ode à cena
underground, uma festa para os sentidos e uma afirmação sólida do lugar dos
Phantom Vision no coração da cultura gótica portuguesa. A sua música continua a
iluminar as sombras, fazendo-nos acreditar que, mesmo na escuridão, há sempre
um céu para descobrir.
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