Vais querer ver no Festival Emergente: Bea Bandeirinha
Bea Bandeirinha é mais um dos projectos super emergentes a concurso no Festival Emergente, dia 27 ás 21:15, depois de Surma e antes de Pato Bernardo.
Bea Bandeirinha é uma artista de uma profunda sensibilidade e inquietação criativa, cuja obra explora as camadas das paisagens — físicas, emocionais e sociais — à procura de liberdade, utilizando como as suas armas primordiais o som e o corpo. Através de um repertório que se tem vindo a forjar a partir das inspirações da terra e de elos culturais, ela busca constantemente compor uma sonoridade que reflita as dicotomias universais, abordando temas complexos como a luz e a escuridão, o movimento e a estagnação, o visível e o oculto.
O seu trabalho é uma viagem pela experimentação sonora que se alia a uma profundidade emocional intensa, procurando provocar uma reflexão profunda sobre as contradições que habitam o mundo e a condição humana. Nas suas criações, evoca uma multiplicidade de sons, ritmos e texturas que se entrelaçam e se transformam, buscando sempre novos modos de representar a complexidade das experiências humanas e naturais.
No espetáculo Sisma, Bea Bandeirinha leva o público a um mergulho profundo através de composições sonoras que se assemelham a retalhos dispersos, com efeitos vocais que se distendem e se quebram, incorporando a expressão do corpo e o poder da palavra para escavar as memórias e as histórias compartilhadas no espaço comum. A performance não é apenas um ato de criação, mas um convite a uma reflexão coletiva, um momento em que a audiência é chamada a viver o instante presente enquanto navega pelas camadas da história e das emoções que o compõem.
O espetáculo é, portanto, um campo de resistência, um espaço de tensão criativa onde a arte se torna um veículo de transformação e questionamento.
A nossa mini entrevista com a Bea Bandeirinha:
Apresenta-nos o teu projecto e o que achas que o destaca mais.
O projeto musical que tenho levado comigo é sobre paisagens internas e externas, nasceu do conflito com o capitaloceno e a necessidade da luta para a libertação de todes. É mutante e adaptado aos presentes, destaca-se por ter palavras fortes e transgredir gêneros.
Define/caracteriza em 3 palavras o teu projecto
Coragem, vulnerabilidade, imaginação
Como estás a viver esta participação no Festival Emergente?
Estou um pouco obcecade com a história que quero contar, e com quem que conta comigo.
A este conjunto de músicas chamo “Sisma/Cisma” e ainda parece um devaneio, ainda estou a sentir a energia da fratura a propagar-se. Mudei-me recentemente para Lisboa e estava com vontade de entrar para o Palco, esta notícia foi o abanão que estava à procura.
O que podemos esperar do teu concerto?
Vai ser performático, desconcertante, divertido, com uma boa dose de crítica e humor e ritmos aditivos. Podem ficar com algumas músicas na cabeça e tendências revolucionárias, cuidado.
Quais são as tuas maiores inspirações?
As minhas maiores inspirações são as na natureza, as minhas maiores expirações são sobre a exploração do sistema do capital. É difícil dizer nomes quando não seria nada sem as respirações conjuntas de tantos seres. Agora ressoam-me as Repúblicas de Coimbra, o Rancho das Cantarinhas, autoras das “Novas Cartas Portuguesas”, Bell Hooks, Emma Goldman, Marina Abramović, Tita Maravilha, Rita Von Hunty, Billie Holiday, Bjork.
Um álbum que está no teu top 3 de preferências.
Bem que desafio escolher, bora com Topical Dancer de Charlotte Adigery Bolis Pupul.
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