Festival Sol da Caparica, 2º dia: Entre Lendas e ídolos

By VoxPop - agosto 21, 2024

    O Sol da Caparica voltou a provar, no seu segundo dia, que continua a ser o festival certo para celebrar a diversidade da música lusófona e além-fronteiras. O cartaz cruzou gerações, estilos e emoções, oferecendo momentos memoráveis tanto para os fãs mais nostálgicos como para os mais eufóricos. Entre o legado incontornável de Rui Veloso e a energia avassaladora de MC Livinho, o Palco Sagres viveu um dia de contrastes poderosos. Já nos palcos secundários, nomes como Rony Fuego, Bateu Matou que mantiveram a fasquia alta, cada um à sua maneira.

Rui Veloso: O Mestre das Emoções e Guardião da Memória Musical

    Falar de Rui Veloso é falar de história viva. Quando subiu ao Palco Sagres, não levou apenas a guitarra — trouxe consigo décadas de canções que moldaram o imaginário da música portuguesa. Cada acorde de clássicos como “Chico Fininho”, “O Melhor de Mim” ou “Porto Covo” foi recebido com entusiasmo, nostalgia e até alguma comoção. Era mais do que um concerto: era um reencontro com as raízes, um momento de partilha entre gerações.

    Entre músicas, Rui Veloso contou histórias, fez rir, emocionou e criou uma ligação real com o público. Foi um concerto intimista apesar da escala, onde a sua paixão pela música transbordou. Aos 67 anos, continua a provar que não é apenas o “pai do rock português” — é um dos pilares emocionais e culturais da música nacional.

MC Livinho: O Furacão Brasileiro e a Euforia das Fãs

    A mudança de registo não podia ser mais evidente. Quando MC Livinho entrou em palco, a vibração mudou por completo. Com o seu funk enérgico e uma presença carismática, o artista brasileiro provocou uma verdadeira tempestade de emoções. As fãs — na sua maioria adolescentes — vibraram, gritaram, choraram, e algumas até desmaiaram de emoção. A situação obrigou à intervenção da equipa de segurança e primeiros socorros, com várias jovens a serem retiradas em braços pela frente da plateia.

    Fotógrafos e jornalistas ficaram retidos fora da zona de trabalho enquanto o ambiente acalmava, e seguranças confidenciaram-nos que no dia anterior já tinham assistido cerca de 80 raparigas em situações semelhantes. Queremos acreditar que foi o calor, a espera desde o meio da tarde sem comer nem beber, e sobretudo a ansiedade de verem o seu ídolo ao vivo, que levou a este cenário que, mesmo em 30 anos de festivais, nunca testemunhámos isto em tão larga escala.

    Não se tratou de um problema de segurança ou da organização, mas sim de um fenómeno de idolatria emocional. MC Livinho tem, claramente, um impacto fortíssimo no seu público, e o seu concerto foi mais do que música, foi catártico, mesmo antes de começar.

Palco Bandida do Pomar: Vozes Que Fazem a Diferença

    Enquanto o Palco Sagres fervilhava de emoções, o Palco Bandida do Pomar ofereceu uma noite marcada por mensagens fortes e sonoridades de alta voltagem. Rony Fuego abriu as hostes com o seu estilo cru e rimas afiadas. Com um discurso de crítica social e um carisma natural, o rapper português pôs o público a mexer e a pensar. Foi rap de intervenção, com batida e conteúdo.

    Logo depois, os Bateu Matou elevaram ainda mais a intensidade com a sua fusão irresistível de electrónica e hip hop. Com um ritmo contagiante, o duo fez da pista um campo de dança vibrante, onde as palavras ecoaram com força e o groove tomou conta de todos. Foi uma atuação explosiva, com público rendido do início ao fim.

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