A não perder no Primavera Sound Porto: Wet Leg - A evolução da rebeldia e a perda de tecido
Wet Leg nunca foram
uma banda de seguir regras. Desde o seu explosivo sucesso com o álbum de
estreia, a dupla britânica formada por Rhian Teasdale e Hester Chambers tem
mostrado que a sua sonoridade irreverente e cheia de atitude veio para ficar. O
primeiro encontro da banda com o público português aconteceu no Super Bock em
Stock, no Rossio, um concerto inesquecível onde a banda fez uma estreia
avassaladora, conquistando de imediato os fãs com a sua energia contagiante e a
irreverência de sempre. Na altura ainda não tinham lançado o primeiro álbum,
mas tinham quatro ou cinco musicas, que já tinham cativado o público, tais como
“Wet dream” e “Chaise Long” que meteram o publico a cantar os refrões. Uma
Rhian com um vestido a lembrar os Amish, inversamente aos outfits atuais, ou ausência
deles. Agora, depois de um álbum de estreia que rapidamente se tornou um marco
na cena indie, a banda regressa com novas perspectivas, trazendo o single “Oh
No”, um vislumbre do que está por vir e uma continuação do seu som único.
Lançado no início do
ano, “Oh No” não é apenas mais um single, é um reflexo de uma banda em
constante evolução, sem perder a essência do seu toque irreverente e divertido.
A canção mantém a mistura explosiva de guitarras afiadas e vocais quase
sarcásticos que marcaram a sua identidade, mas com uma abordagem mais madura e
introspectiva. O humor negro, sempre presente nas letras de Wet Leg, continua a
ser uma das suas marcas, mas agora mistura-se com uma sensação de inquietação
que reflete o momento atual da banda.
Musicalmente, “Oh
No” é uma viagem entre o caos e a harmonia, com riffs que nos fazem querer
dançar e, ao mesmo tempo, momentos de reflexão mais profundos. A produção
brilha com uma sonoridade refinada, ao mesmo tempo vintage e fresca, criando
uma vibe quase cinematográfica. A faixa é a síntese perfeita do que Wet Leg
alcançou até agora — uma mistura de indie rock com provocação e diversão, mas
também com camadas mais complexas que só se alcançam com maturidade musical.
E se “Oh No” é
apenas um pedaço do que está por vir, podemos esperar muito mais da banda em
breve. O novo single é uma amostra de um novo capítulo na carreira de Wet Leg,
e o mais empolgante será ver como essa evolução se traduz numa performance ao
vivo. Para quem já teve o privilégio de os ver no Super Bock em Stock em
Lisboa, onde a energia foi literalmente contagiante, o Primavera Sound Porto
2025 será uma oportunidade imperdível para ver a banda numa nova fase, onde a
imprevisibilidade e a intensidade continuam a ser as suas marcas.
Wet Leg continuam a
ser uma banda de contrastes: um som dançante, mas introspectivo, uma atitude
irreverente, mas uma profundidade musical crescente. “Oh No” é a prova de que,
apesar de toda a sua irreverência, a banda tem mais a oferecer do que apenas
risadas e diversão, há uma sinceridade no que fazem, algo genuíno e palpável
que se sente em cada acorde.
Por isso, se
esperavas mais uma celebração do caos e da alegria, Wet Leg vão entregar isso
em abundância. Mas, se procuras uma evolução mais madura e introspectiva do som
que os tornou conhecidos, “Oh No” e o novo trabalho da banda prometem trazer
isso à tona. Sem dúvida, o concerto de Wet Leg no Primavera Sound Porto 2025
será uma das grandes surpresas do festival, e uma oportunidade imperdível para
ver a banda ao vivo numa fase ainda mais vibrante e desafiadora.
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