O Festival Emergente a verdadeira celebração da criatividade musical
O ano de 2024 terminou com um dos festivais que mais nos toca e que sempre tivemos em grande consideração. Valorizamos imenso promotoras e espaços que dão palco a bandas e projetos que ainda estão a lutar pelo seu caminho e sucesso. Este ano, o Festival Emergente aconteceu num espaço que adorámos, o Bota, um local que se destaca por respeitar tanto os artistas quanto as promotoras. Não se limita a ceder um espaço, mas tudo é feito em conjunto, criando uma atmosfera de acolhimento, respeito e profissionalismo, onde todos trabalham com um único objetivo: o sucesso de todos. Esse ambiente familiar e artístico faz com que se sinta que não está a entrar num clube ou bar qualquer, mas sim num lugar acolhedor onde a música e a interação humana são o centro. Aqui, o público não é tratado como mero cliente distante, mas com simpatia e consideração. Esse é o tipo de espaço que verdadeiramente falta na cena musical, especialmente com a pressão imobiliária e social que Lisboa tem vivido, com locais autênticos a darem lugar a espaços voltados apenas para o capital e o turismo.
Foram três noites incríveis e intensas, onde a tarefa de escolher os vencedores foi extremamente difícil, pois, embora os projetos fossem muito diferentes, todos foram de uma qualidade impressionante. Cada noite teve casa cheia, e, ao final da noite, na sala de votos, ouvíamos sempre os comentários sobre a dificuldade em votar, pois cada performance merecia ser reconhecida. No entanto, só podia haver dois vencedores, e o Prémio do Melhor Projeto Super Emergente foi para Líquen, enquanto o Prémio do Concerto Super Emergente foi para Catarina Carvalho Gomes. O Festival também decidiu atribuir uma Menção Honrosa a IBSXJAUR, o segundo mais votado em ambas as categorias.
Além dos projetos a concurso, é impossível não mencionar os artistas convidados, cujas atuações foram simplesmente brutais. Desde a energia contagiante das Agressive Girls, passando pela atuação cheia de emoção de Surma (que celebrou o seu aniversário na noite do festival), até à serenidade de Maria Reis e a loucura de Baleia Baleia Baleia, que fecharam o festival com uma performance eletrizante, com direito a crowd surfing, partes do teto falso a descer e o público a cantar e fazer mosh completamente em modo festejo a usufruir daquele momento na sua plenitude. Foi, sem dúvida, o concerto perfeito que coroou as noites de pura energia do festival.
Queremos deixar um enorme agradecimento ao Carlos e à Catarina, cujas ações fazem toda a diferença na música e cultura portuguesa. Eles lutam por novos projetos e oferecem espaço e possibilidades para artistas e bandas. Pessoas assim são essenciais na nossa cena cultural. Através de uma curadoria cuidadosa e atenta, conseguiram apresentar artistas com sonoridades únicas, criando um espaço propício à descoberta de novos sons e tendências.
Em resumo, o Festival Emergente 2024 foi uma verdadeira celebração da inovação e da criatividade musical em Portugal, destacando-se por ser uma plataforma genuína de promoção de talentos emergentes, em um ambiente autêntico e descontraído. O evento reafirmou a sua importância no panorama cultural português, permitindo ao público experienciar, de forma íntima e envolvente, a música do futuro.
Para veres as fotografias do festival passa pelo nosso instagram!
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