Vamos começar a nossa rubrica “A não perder no Primavera Sound” com Caribou, iremos ao longos dos próximos meses escrever sobre as nossas sugestões a não perderes no festival.

    Caribou é Dan Snaith e ele não faz canções, ele constrói pequenas atmosferas onde é possível perder a cabeça e encontrar o coração. Sob o nome Caribou, este canadiano que um dia estudou matemática doutoral decidiu virar as fórmulas do avesso e compor emoções com sintetizadores, samples e pulsações eletrónicas.

    Há algo de quase biológico na música de Caribou. Cada batida parece circular como sangue, cada loop parece um pulmão a encher. Em Swim, a dança vem com suor e nostalgia. Em Our Love, o título diz tudo: é uma eletrónica que ama, que sofre, que pulsa. E em Suddenly, o inesperado reina, como uma conversa interrompida por um raio de memória.

    Caribou é o tipo de artista que nunca se repete, mas nunca se perde. A sua música vive entre o corpo e a cabeça, entre a rave e o retiro espiritual, ali no meio, onde dançar e sentir a musica é algo orgânico. Ouvir um concerto seu é entrar num transe gentil: estás a dançar, mas estás a pensar em alguém que já não vês há anos. E estás bem com isso.

    Já vimos diversas vezes Caribou, já são muitas horas a dançar a sua música, por isso podemos garantir que no Primavera Sound Porto 2025, Caribou não será apenas uma atuação — será um estado de espírito, deixamos o nosso conselho, dança, dança muito.