Os Sistema de Entretenimiento subiram ao palco no primeiro dia do festival MIL, e a sua apresentação foi uma das que mais aguardávamos. O entusiasmo era palpável, não apenas porque somos fãs de punk, mas também pela sua atitude rebelde e, claro, pela qualidade da música. 

Esta banda, com a sua fusão de arcade punk e new wave dos anos 80, cria uma experiência sonora que é, ao mesmo tempo, nostálgica e eletrizante. A mistura de riffs que fazem o sangue ferver nas veias é simplesmente inebriante.

Imagina um universo onde se entra num videojogo dos anos 80, composto por uma estética de pop japonês, com uma dose generosa de nitro e uma aceleração desenfreada, aceleras sem medo.  O magnetismo do synthpunk é irresistível, e é impossível ficar parado; saltar e dançar torna-se uma necessidade, é mais ou menos isto um concerto de Sistema de Entretenimiento.

O local escolhido para o concerto, foi o Roterdão, é uma sala relativamente pequena, o que cria uma intimidade única entre a banda e o público. O palco, pouco elevado, faz com que os fãs mais próximos tenham uma visão privilegiada, mas também apresenta o desafio da visibilidade para quem está mais atrás.

Conseguimos furar a multidão até à frente, apesar das reclamações de fãs que chegaram primeiro. No entanto, ao avistarem a nossa máquina fotográfica, acabaram por ceder passagem, com simpatia, permitindo-nos capturar momentos preciosos dos membros da banda. Essa breve oportunidade de estar tão próximo foi electrizante, sobretudo por tentar tirar fotografias entre pessoas em movimento ao som da música. Após algumas fotos, voltámos para a parte de trás, onde a visibilidade se tornava limitada — apenas conseguíamos avistar a ponta da cabeça de Skiper. A falta de uma vista clara é algo que geralmente nos desanima, mas, surpreendentemente, isso não diminuiu a intensidade da experiência.

O concerto foi absolutamente brutal. A energia do electro punk revitalizou-nos de tal maneira que, mesmo sem uma boa perspectiva visual, não trocaríamos aquele momento por nada. O público, em uníssono, entregou-se à música, e sentíamos que a vibração era compartilhada por todos. A expectativa de os voltarmos a ouvir e ver ao vivo é já uma realidade, que gostávamos muito que fosse num futuro muito próximo. 

Para aqueles que ainda não conhecem a banda, recomendamos vivamente que ouçam os álbuns deles. Quando tiverem a oportunidade de vê-los ao vivo, não hesitem — mergulhem na experiência e deixem-se levar pela sua música. Os Sistema de Entretenimiento, naturais de Mollet del Vallés, em Barcelona, são compostos por Skiper na guitarra e voz, Anna Bananna no teclado e sintetizador, e Guixu no baixo e vocais de apoio. A sonoridade e energia desta banda é um prazer à qual todos deveriam se permitir participar.