Dia 7, às 23:30h e, após a atuação de ‘Primeira Dama’, no Musicbox, os ‘Galo Cant’às Duas’ iniciaram o concerto. A sala tinha pouca afluência, mas isso em nada prejudicou o espetáculo pois os espectadores presentes eram verdadeiros fãs do grupo criando um ambiente muito intimista.
Apresentando o seu primeiro e único álbum “Os Anjos Também Cantam”, o Duo, composto por Hugo Cardoso e Gonçalo Alegre, contou a tão famosa “viagem espacial”, mantendo o alinhamento fiel à ordem pela qual as músicas surgem no álbum.
Sem rodeios, nem conversas, iniciaram o concerto com a “Marcha dos que voam”. Gonçalo ficou responsável pela guitarra acústica, pelo baixo e pelos tão característicos loops, enquanto Hugo se encarregou da bateria e dos outros instrumentos, alguns algo inusitados, como tachos de cozinha. A música acabou de uma forma alucinante com um solo de bateria meio improvisado, meio seguindo o guião da versão original.
A seguir a um final tão marcante, a atuação prosseguiu com a “Respira” que, tal como o nome indica, é uma lufada de ar fresco. A certa altura os Galo pararam de tocar dando tempo à audiência para assimilar a mistura de emoções e sensações transmitida pelas suas melodias e, de facto, para respirar.
Depois desta breve pausa de segundos voltaram a dar tudo, com os acordes de um violoncelo tocado de uma forma não convencional, mas que, em tudo, se enquadra com o estilo da banda.
Seguiu-se a música “Processo entre viagens” que se assumiu como uma transição entre a calma e a descontração da música anterior e a “conclusão da viagem”, a música seguinte. Uma vez mais a criatividade e a utilização de recursos fora do padrão, estiveram bem evidentes nesta faixa que fica na cabeça pela presença de sons de flauta de pan, coordenados com o ritmo da bateria.
O concerto já ia a meio e, sem antes nunca se terem dirigido ao público, Hugo agradeceu, pela primeira vez, a presença de todos na sala e introduziu a última música, a “Partícula”.
Em a “Partícula” ouve-se pela primeira vez a voz de ambos num coro uníssono, isolado de todos os instrumentos, e, nesse momento, vemos os Galo para além de todo o espetáculo.
O concerto foi uma combinação de momentos calmos e relaxantes com picos energéticos e plenos de adrenalina. Este contraste, devidamente balanceado e marcado pelas improvisações espontâneas que acrescentam sempre algo de novo e único a cada espetáculo, cria um ambiente de que «há tempo para tudo».
Visto que o álbum conta a história de uma “viagem” não há nada melhor do que assistir ao vivo a essa história contada pelos próprios criadores.
Texto: Margarida Alexandre
Fotografias: Miguel Rocha
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