SØNDAGS em entrevista

By VoxPop - fevereiro 23, 2017

Já aqui falámos deles, são os Søndags, ou seja o Jason e o Jonas, vivem em Oakland na Califórnia, mas gostam de viajar e fazem disso um modo de vida. Gostam de cães e surf, gostam da simplicidade da vida e de não estar presos a sitio, gostam de se sentir livres e da sensação de descoberta. Conheceram-se em 2010, o Jason toca bateria, keys e é a voz e Jonas é a guitarras. Jonas idealiza sons que transforma em riffs e Jason adapta aí a bateria, teclados e transforma os seus poemas em musicas.
Têm um EP chamado "Lowdander" e este mês lançaram o primeiro LP, o "Rotten Conches" composto por onze músicas, misturam folk, com algo mais indie, com um rock de garagem suave, com surf music dos anos 60, também podemos ouvir um pouco da rapidez do punk em algumas guitarras. 
Estes surfistas nómadas deram-nos uma entrevista para que todos os fiquemos a conhecer melhor.

1- De onde vem o nome Søndags?
Nós estávamos a pensar no nome "The Sundogs", porque temos cães e eles costumam andar connosco por aí a perseguir o sol, mas o nome já estava a ser utilizado, entretanto eu (Jason) estava na Noruega e ouvi a palavra søndags e soa muito a sundogs, a forma como a pronunciam, mas significa domingo. Então partilhei com o Jonas, ele também gostou e ficamos Søndags. Gostamos também porque assim tem género de um duplo significado

2- Quando é que este projecto começou?
A primeira faixa do "Rotten Conches" foi feita há cerca de quatro meses atrás. Desde então temos feito um par de músicas por semana.

3- Porque é que dizem ser Gipsy surfers?
Não sabemos descrever o nosso género musical. Começamos por chamar às nossas músicas mais rápidas repetitivas, músicas Gipsy e essa descrição apenas foi ficando e deixamos estar. Surf gipsys vem do facto de gostarmos de praia e surf e da tendência de não gostarmos de estar muito tempo no mesmo sitio. Eu (Jason) divido o meu tempo em diferentes partes do mundo, muitas vezes vivo numa auto-caravana e o Jonas tem andado a viver por toda a East Bay.
(gipsy não esta traduzido para cigano, como seria provável, pois o sentido que eles aplicam, é o facto de serem itinerantes, andarem a saltar de um lado para o outro)

4- Poderemos dizer que o vosso estilo de vida está reflectido nas vossas músicas?
A nossa música  provavelmente reflecte o nosso estilo de vida. Afastado, encalhado, despreocupado, mas a continuarmos a esforçar-nos para estar conscientes.

5- Como descrevem o processo de composição e gravação de "Rotten Conches"?
Gravámos tudo no nosso estúdio caseiro, no sotão do Jonas em East Bay. O Jonas escreve e toca tocas as partes de guitarra. As músicas começam com riffs na cabeça dele, quando eu venho pego na bateria e/ou teclados e fundimos tudo até conseguirmos algo que queremos usar. Eu acumulo poemas, que depois transformo em letras. Depois de gravarmos as guitarras, a bateria e o baixo eu canto.

6- No facebook dizem que a vossa música preferida é a "Rotten Conches", podemos saber porquê?
Nessa altura era a nossa música preferida, gostamos muito da maneira como soa.

7- Como funcionam ao vivo, são apenas vocês os dois ou contam com a presença de mais músicos?
Agora o Jonas toca guitarra e eu toco bateria enquanto canto, mas estamos a organizar-nos para termos mais pessoal a tocar connosco para que eu possa apenas cantar.

8- As vossas letras parecem pequenas histórias. Escrevem juntos? Como é o processo?
Eu escrevo as letras separadamente. Tento escrever um poema por dia, depois uso os que gosto mais. Os riffs que o Jonas sonha, encaixam perfeitamente nos meus poemas.

9- Como descrevem a diferença entre o "Lowlander" e o "Rotten Conches"?
Penso que no "Rotten Conches" estamos mais perto do som que queremos.
"Lowlander" foi um bom começo, mas ainda estamos na fase em que cada música que fazemos agrada-nos um pouco mais do que a última. Por isso estamos a tentar manter essa onda por tanto tempo quanto der.

10- Podem-nos dizer o nome de bandas/músicos que vos influenciam?
Temos influências diferentes, o Jonas cresceu no Punk Rock, mas as suas influências são de todos os géneros. Quando chega da carpintaria trás sempre músicas aleatórias de diversas partes do mundo que o surpreendem e que eu nunca ouvir falar.
Eu cresci com Beatles, Beach Boys, Jimi, Steppenwolf, The Doors, Jefferson Airplane, Rolling Stones, dentro deste genero de bandas. Liricamente gosto muito do folk antigo, porque as histórias cantadas tocam-me. Moodie Guthrie, Bob Dylan, Leadbelly. Falam-nos da vida real, temas reais que vão de encontro com as dificuldades das pessoas. Também me influência livros que leio, por exemplo de filosofia existencial, como Hesse, Camus, Sartre, porque este tema faz-nos pensar de forma diferente e de diferentes perspectivas para "coisas" que geralmente damos como garantidas.

11- Cada um de vós pode dizer uma frase que julgam caracterizar o "Rotten Conches"?
É género um resistente. Fazer música é divertido. Uma citação que no outro dia surgiu na minha cabeça foi "Solace of Scoundrels" (consolação para canalhas). Fazer música traz-nos algum consolo e gostávamos de transmitir consolo aos nossos ouvintes, mas no fundo estaríamos a fazer música na mesma, independentemente de termos ou não ouvintes.

Thanks Søndags

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